top of page

Como lidar com críticas: O que fazer depois de receber feedback de um editor

  • 18 de jun.
  • 4 min de leitura

Você passou semanas — talvez meses ou anos — escrevendo sua história. Cada cena, cada diálogo, cada palavra escolhida com cuidado. E então, finalmente, entrega o texto a um editor ou beta reader de confiança. Você respira fundo, ansiosa pela resposta… e ela vem com anotações. Muitas anotações.


Se você já passou por isso, sabe como pode ser difícil lidar com o feedback — mesmo o mais bem-intencionado. Mas a verdade é: saber receber críticas é uma habilidade essencial para qualquer escritora que deseja crescer. Neste post, vamos conversar sobre como encarar o feedback editorial sem perder a confiança e, mais do que isso, como transformá-lo em um motor de aprimoramento.


1. Respire fundo antes de reagir

A primeira leitura de um feedback pode ser um choque. Você pode se sentir desanimada, injustiçada ou até com raiva. É natural. Afinal, sua obra carrega sua criatividade, seu esforço, sua visão.

Mas lembre-se: feedback não é um ataque pessoal. É uma contribuição para que seu texto alcance o melhor potencial. Então, antes de responder, discutir ou descartar qualquer observação, dê um tempo. Leia o feedback, deixe-o decantar por um ou dois dias, e só depois volte a ele com olhos mais calmos.


2. Identifique o que é útil — e o que não é

Nem todo feedback precisa ser seguido à risca. Uma leitura crítica envolve interpretações, gostos e experiências pessoais. Por isso, o primeiro passo é separar o joio do trigo.

  • Feedback útil é claro, aponta problemas específicos e propõe soluções ou levanta questionamentos relevantes. Exemplo: “Essa personagem não tem motivação clara para tomar essa decisão, o que enfraquece a cena.”

  • Feedback vago ou genérico, como “essa parte não me prendeu” ou “não gostei do final”, pode ser frustrante. Mas mesmo aí, tente investigar: o que será que causou essa sensação?

Dica: se você recebe o mesmo comentário de mais de uma pessoa, preste atenção. Há grandes chances de que aquele ponto precise mesmo de revisão.


3. Questione, reflita, analise

Recebeu uma crítica que você não entendeu ou com a qual não concorda? Em vez de descartar, questione. O que o editor estava tentando dizer? Há algo na estrutura, nos personagens, no estilo, que pode ter causado essa impressão?

Muitas vezes, uma crítica aponta um problema real, mas a solução proposta não é a melhor. Nesses casos, vale refletir: “O que posso mudar, mantendo minha visão da história, para resolver esse incômodo?”

Você não precisa acatar tudo. Mas também não feche os olhos para o que incomoda. É ali que seu texto pode crescer.


4. Aprenda a reconhecer padrões

Se você revisa mais de um texto, ou recebe feedback de vários leitores ao longo da carreira, comece a observar padrões de crítica. Você escuta com frequência que seus finais são apressados? Que seus diálogos soam artificiais? Que falta conflito no início?

Esses padrões são pistas valiosas para identificar seus pontos de atenção como escritora. Use esse conhecimento para trabalhar em habilidades específicas — seja com leituras técnicas, oficinas ou reescritas conscientes.


5. Reescreva com foco, não com medo

Depois de analisar as críticas, é hora de reescrever. Essa etapa pode ser dolorosa, especialmente se você precisar cortar cenas queridas ou refazer arcos inteiros. Mas pense assim: você está moldando a pedra bruta da sua história em algo mais forte, mais lapidado, mais emocionante.

Não escreva para agradar o editor. Escreva com clareza, com propósito. Se uma cena não funcionou, pergunte-se: como posso reescrevê-la mantendo sua essência, mas deixando mais claro o que quero transmitir?


6. Proteja sua voz

Talvez o conselho mais importante: não perca a sua voz no processo. Um bom feedback deve ajudar você a aprimorar seu estilo, não apagá-lo. Se uma sugestão vai contra a alma da sua história, respeite seu instinto. Pergunte-se: “Essa mudança me representa? Ou estou só tentando ‘acertar’ com base na opinião de alguém?”

A edição é um processo de equilíbrio entre escuta ativa e firmeza criativa. Crescer como autora envolve encontrar esse ponto.


7. Use o feedback para evoluir (e não só esse texto)

Cada vez que você passa por um processo de revisão, sai dele mais experiente. Use esse aprendizado em textos futuros. Releia antigos feedbacks antes de começar uma nova história. Reflita sobre como seu estilo evoluiu. O crescimento do escritor acontece aos poucos — crítica após crítica, versão após versão.


Receber críticas pode ser desconfortável, sim. Mas também é uma das etapas mais valiosas do processo criativo. Quando você acolhe os comentários, filtra o que é útil e reescreve com clareza de propósito, sua obra ganha força — e você, maturidade como autora.

Lembre-se: toda escritora, até mesmo as mais renomadas, passaram (e passam) por isso. Então, da próxima vez que receber feedback, em vez de temer, encare como uma oportunidade. Sua história — e seus leitores — vão agradecer.


Se você quer ajuda prática com seu texto e deseja receber feedback profissional e acolhedor, conheça os serviços da Inkubadora Narrativa. 💬📚

 
 
 

Comentários

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação
  • Instagram
  • Facebook

Inkubadora Narrativa

© 2025 by Inkubadora Narrativa. Powered and secured by Wix

bottom of page